domingo, 13 de março de 2011

UM OUTRO CARNAVAL

Partilhar
Irretocável.

SERGINHO, KAKÁ, CORAGEM, CARÁTER, DINHEIRO, MAIS DINHEIRO, MAIS AINDA...

Partilhar

Já havia publicado aqui no blog um comentário a respeito da “hora de parar”. Em qualquer função, esporte ou atividade, é essencial que o profissional, atleta ou coisa que o valha, compreenda quando este momento está chegando e tenha a coragem de tomar a atitude certa.

Serginho, o melhor líbero da história do vôlei, anunciou que não pretende mais defender a seleção brasileira. Segundo o craque, “já dei minha contribuição e não sei se eu seria mais útil. A seleção vem conquistando muito e precisa ser renovada.”

Impressiona o caráter demonstrado em uma decisão assim. Parar quando reconhecidamente se é o melhor não é decisão para qualquer um. O motivo não é sua total falta de condição física para continuar no vôlei. Tanto que ele continuará jogando em clubes. É que o jogador admite que não poderá continuar dando o melhor pela seleção sem que ela mantenha o excelente nível dos últimos anos. E, para não prejudicá-la, decide parar.

Uma forma de “sair por cima”? Talvez. Mas quantos de nós, em seu lugar, rejeitariam um novo convite de Bernardinho para continuar a estar no topo do mundo em um esporte e ainda “correr o risco” de ganhar mais títulos mundo afora? O técnico agora está tentando fazer com que o líbero mude de ideia. O anúncio de parada não parece um blefe. Afinal. Seria muito arriscado blefar e correr o risco de ficar fora da escalação do rigoroso Bernardinho.

Quer mais uma prova da grandeza da decisão de Serginho? Basta lembrar da última copa do mundo de futebol. Muitos sabiam e outros desconfiavam, à época, de que Kaká não tinha a mínima condição de jogar sete partidas, nem em uma pelada de bairro. Problemas seríssimos em seu joelho esquerdo faziam de sua convocação, além de uma farsa, um grande risco de que a lesão se agravasse e nunca mais o atleta voltasse a jogar.

Kaká foi convocado e ainda como titular da seleção. Todos vimos a melancólica atuação do jogador na África do Sul. Infelizmente, Kaká não apenas desmentia as notícias a respeito de sua condição física como tentava atribuir os boatos a uma perseguição religiosa. 

Veja o que ele disse em coletiva em 22 de junho do ano passado, em meio à copa: Eu queria aproveitar a sua pergunta para falar sobre a coluna publicada por seu pai dizendo que o meu problema era mais sério do que o divulgado. Há algum tempo os canhões do seu pai têm me atingido, não para me criticar por motivos profissionais, mas por causa da minha fé em Jesus Cristo. Do mesmo jeito que eu respeito o Juca Kfouri como ateu, eu queria que ele me respeitasse por acreditar em Jesus Cristo. Milhões de pessoas acreditam em Jesus e ele precisa respeitar isso”.

Perseguição religiosa? Hum. Passou longe.

A verdade é que, infelizmente, o brilhante jogador (e exemplo de conduta social) não demonstrou coragem suficiente para dizer “não” a uma convocação que não apenas prejudicaria a seleção brasileira (como aconteceu) como ainda arriscaria sua carreira.

Veja só o que o jogador disse em 05 de janeiro desse ano ao jornal espanhol “As”: “Passei momentos muito ruins nestes meses, sem saber sequer se voltaria a jogar”. Já o médico que o operou logo após a copa, Marc Martens, disse: “Ele não deveria ter atuado” (na copa) e “Quando ele saiu da mesa de operações, não sabíamos realmente quando ele iria voltar”.

Desde a eliminação para a Holanda até aqui, Kaká jogou meia dúzia de jogos, está novamente lesionado e será demitido por seu clube, o Real Madrid. Uma pena.

Verdade também que não faço ideia do volume de interesses financeiros envolvidos em sua convocação para a seleção, nem mesmo o que isso significaria para a relação com seus patrocinadores. Por isso mesmo, não tenho coragem de jogar-lhe uma pedra (muito menos a primeira!). Dizer que em seu lugar faríamos diferente é muito fácil...

Também por isso o objetivo aqui não é condenar Kaká, mas destacar o caráter de Serginho.

A despeito de Kaká (que tomara ainda volte a jogar), viva Serginho. Ainda que Bernardinho consiga demovê-lo de sua decisão, já se trata a sua franqueza de uma qualidade transformada em uma atitude nobre, rara, corajosa, patriótica até, de um verdadeiro atleta.

Um verdadeiro exemplo.

domingo, 6 de março de 2011

ARIADNA E VOCÊ. TUDO A VER?

Partilhar

O título é mesmo apelativo. Para chamar atenção.

Indo direto ao assunto. Em janeiro, passei pela “nobre” experiência de ter extraído quatro dentes “de uma lapada só”. Resultado: quase uma semana em casa, sem poder fazer muita coisa. Sensação de quem se sente inapropriado, inapto, entediado... Mas ainda capaz de refletir.

Bastaram alguns dias para que a TV aberta (praticamente a única opção de entretenimento) me capturasse sorrateiramente. Quando menos percebi, estava fã número 1 do Willian Bonner (mesmo sabendo que o Jornal Nacional é a fonte menos confiável de notícias no Brasil), conhecendo com interesse o início da nova novela das oito (ou nove) e, pasme você, olhando meio de relance (ou algo mais que isso) o programa do Pedro Lastimável Bial.

Os dias de enclausuramento tiveram fim. Ainda bem. Pelo menos eles serviram para algumas considerações. A primeira é que terei mais misericórdia na hora de criticar quem vive babando na frente da tela da Globo em horário nobre. Ali existe um imã sobrenatural.

A segunda é a constatação de como a grande mídia não apenas nos influencia ou reflete modas e costumes de um povo. Ela impõe padrões de comportamento.

O início da nova novela das oito mostrava um publicitário jovem, rico e famoso. Mas o que chamava atenção era a forma como ele era bem resolvido amorosamente. Se orgulhava de não querer nada além de sexo com cada uma das mulheres com quem se envolvia. Deixava isso bem claro no início de cada caso: “Só quero sexo. Amanhã, não te conheço”. A novela deixava clara a felicidade do personagem em não querer envolvimento algum com ninguém. Ele só “curtia” a vida. Sem compromisso amoroso algum. E como era intensa aquela felicidade!

Em outro núcleo da novela, um jovem casal de noivos às vésperas do casamento. De repente, o noivo conhece uma mulher e é absorvido por uma paixão arrebatadora e inesperada. Ele resolve terminar o noivado em nome daquela paixão. Quando menos me vi, estava torcendo para que ele terminasse o noivado e ficasse com sua “verdadeira paixão”.

Entre uma bolsa de gelo e outra, para baixar o inchaço de meu rosto, começava o BBB. O personagem principal logo se revelava: Ariadna, transexual. Ficou evidente que o rapaz ingressou no programa exatamente porque é transexual. Por nenhum outro motivo. Dias depois, ficou claro que isso fazia parte de uma campanha da grande emissora para popularizar o comportamento e a escolha feita pelo “ex-rapaz”.

Não é impensável que os planos da Rede Globo apontavam para uma vitória de Ariadna no programa. Mas, para a surpresa da emissora, a participante foi a primeira eliminada do programa. Um claro recado do público e um alento para quem, como eu, critica a forma como a grande mídia quase que obriga o país a agir, em inúmeras áreas da vida, da forma como lhe convém.

Na eliminação de Ariadna, Pedro Lastimável Bial poetizou: “Vem minha Pequena Sereia, Ariel Ariadna”. Insatisfeita com a decisão do público, a direção do programa inventou outra forma de levar Ariel de volta a casa. Colocou-a em uma casa de vidro com outros dois eliminados, para que o público decidisse quem voltaria. Enquanto isso, toda a programação da emissora se debatia para alardear Ariadna e a cirurgia que a “transexualizou”: Jornais, Anas Marias Bragas, Fantástico... Surpreendente como a TV consegue criar um fato, dar ressonância a ele e ainda que ele se torne o “toptwit” da hora.

Mais uma vez, a globo perdeu: Ariadna não foi escolhida. Mas a campanha global de formação de padrão de comportamento continua.

Penso, então, na forma assustadora como somos induzidos a pensarmos e nos comportarmos, segundo padrões que não escolhemos conscientemente. Nas pequenas e grandes coisas. Da forma de falar, passando pela roupa que se usa, pelas forma de pentear o cabelo, pela música que se canta e chegando aos objetos de adoração. Perceba em você mesmo.

Não adianta. Liberdade, com alguém já disse, é a possibilidade de escolhermos nossas próprias algemas. Por isso mesmo, os piores escravos são aqueles acorrentados sem mesmo saber. Sutilmente. Não têm (ou não temos) sequer a oportunidade de questionar, pois, sem sequer nos darmos conta, estamos torcendo pela separação do casal de noivos, aprovando a felicidade do solteiro pegador descompromissado, dando audiência a Pedro Lastimável Bial. E pior ainda: reproduzindo imediatamente atitudes e ideias que conscientemente condenamos.

Padrões de comportamento massificados, enlatados...

Escolhamos, então, as melhores algemas possíveis. Que tal, presos ao compromisso de amar sem esperar em troca, de escolher com criticidade o que passará por nossos olhos, de utilizar melhor o tão escasso tempo que temos para realizarmos obras úteis, para deixarmos um legado...

Que algemas você tem escolhido? Não fuga do privilégio de escolhê-las. Isso sim é liberdade.

Entre um Ariel e uma Ariadna, há muito mais que uma "decisão feliz corajosa de um ser livre para enfrentar o mundo". Detalhes que não aparecem em horário nobre... 

Plin-plin.

sexta-feira, 4 de março de 2011

SATISFAÇÃO. VOCÊ MERECE

Partilhar
Amigos,

Estes dois longos dois meses sem postagem têm uma causa razoável.

Este blogueiro estava sem internet e sem computador!

Sim, é possível!!!

Mas o blog continua, ok? Obrigado por quem continua passando por aqui...

ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE LEVEDURAS PARA USO EM PROCESSOS INDUSTRIAIS

Partilhar
À mais nova e linda mestre e doutoranda em Engenharia Química da Universidade Feredal do Ceará, 

Meus parabéns e meus Eu Te Amos...

Por Edilson de Holanda