sábado, 28 de setembro de 2013

CINE HOLLIÚDY, ENSINA A GLOBO AÍ, VAI LÁ!

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Pense num orgulho doido de ser cearense da gema!

Nunca ri tanto num filme. Era todo mundo se abrindo no cinema! Tá mais do que provado que pra fazer humor "ligítimo" num precisa ser estribado. Basta juntar uma ruma de cabeça chata num canto só!

Tome-lhe, Zorra Total!

Obs.: se você não sabe o que é “se abrindo”, pesquise!

TÃO SÓ UMA FRASE - PARTE 16

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A liberdade que Deus nos oferece não é exatamente para fazermos o que queremos, mas para não fazermos o que não queremos.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O CAFUNÉ E O REINO DE DEUS

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Eu não a via há anos. Minha lembrança era de seu sorriso agradável, dos cabelos grisalhos sempre bem cuidados e de sua cadeira de balanço, como toda velhinha gosta. Ah, e do carinho que sempre me demonstrou. Hoje, sem causa aparente, fui visitá-la. Sentei no sofá e enquanto apreciava um café ela adentrou a sala.

Ou melhor, adentraram a sala por ela. Numa cadeira de rodas, a conduziam. A presença daquele corpo, confesso, me incomodou. Afinal, quem sabe lidar soberanamente com o tempo que passa, inexorável? Que não se abate, por pouco que seja, com a presença da morte quando ela se aproxima, inexorável? Ou com as marcas implacáveis e inflexíveis do correr dos anos em nós?

Daquele corpo forte de outrora, restou um serzinho frágil que precisa, tal um bebê, ser carregado para sobre uma poltrona. Daqueles braços lépidos em me abraçar em minha chegada, sobraram fracos ossos cobertos por pouca carne e uma fina pele, sensível ao mínimo toque mais descuidado. E quase incapaz de levantarem para um simples aceno. Daqueles olhos que pareciam sorrir ao receber uma visita, ficou um olhar perdido, para o teto, para o nada ou para o tudo, para onde posicionassem sua cadeira. Da memória sempre viva a perguntar como estavam eu, meus estudos, meus pais... restou o Alzheimer.

Atônito e vítima desta minha imaturidade - afinal, ali não havia nada demais ou de menos do que o cumprimento do ciclo da vida - me aproximei sem esperança. Sem esperança de que ela me reconhecesse.

Coloquei-me bem diante dela, meio que roubando seu campo de visão. Ao pé de seu ouvido, falaram alto o meu nome. Segundos de silêncio. E ela finalmente me mirou. E sorriu. Disseram todos alegres na sala: “Ela reconheceu você. Ela ri quando reconhece alguém”. Tentou balbuciar alguma sílaba. 

Me senti agraciado. Sorri por dentro, comovido, sem imaginar que logo em seguida ela levantaria sua mão trêmula e tentaria acariciar meu rosto, sem sucesso. A pouca força e coordenação não permitiam. Tentei ajudar, até que a palma de sua mão estivesse toda em minha face.

Puxei um assento para perto e me demorei por longos dez minutos a acariciar seus cabelos. Para lá e para cá. Eles não tinham o brilho e o volume da senhora vaidosa de anos atrás. Mas os fios de sua cabeça ainda serviam para receber seu carinho favorito: um ingênuo cafuné.

Enquanto a mimava, me perguntei sobre quantos momentos tão preciosos quanto um cafuné podem ser apreciados por quem já não tem mais autonomia de corpo e de mente.

É verdade. Mas havia algo dela cuja autonomia restava plenamente preservada: seu espírito. Dentro de mim, algo me inquietou: “por que não?”. O papo na sala de estar já ia longe, para os outros. Foi quando me acheguei um pouco mais e disse clara e pausadamente: “Deus ama a senhora”. Esperei um pouco mais tentando calcular o tempo de a informação ser interpretada pelo cérebro fatigado. 

Repeti ainda mais calmamente: “Deus ama a senhora”. Embora sua feição me dera a certeza de que ela havia entendido, perguntei: “A senhora entendeu?” Sua boca mexeu e compreendi que aquilo era um milagre e que eu deveria prosseguir. “Deus está com a senhora. Aqui. Jesus ama a senhora. Ele está aqui. É ele quem preserva a sua vida”. Meu coração ardia por falar que Cristo a amava muito. Foi isso o que mais disse. 

Articulei brevemente sobre Jesus, confiando no muito que ela certamente já ouvira sobre a Paixão e Obra do Senhor em quase cem anos de vida e ainda temendo que ela se cansasse com tantas palavras.

Sim, ela certamente já tivera ouvido muito, mas talvez ainda não a pergunta que se seguiria em meu sermão íntimo: “Jesus quer morar em seu coração. Quer ser seu Senhor e Salvador. A senhora quer?”. Eu a ouvi dizer: “quero”. Repeti tudo de novo, enquanto seu rosto franzia, seus olhos fechavam de vez em quando e abriam, emocionados. 

Sua respiração acelerou ao ponto de me fazer medo. Fui em frente a aproveitei para deitar a mão em seu peito e acalmá-la dizendo que Jesus já estava morando ali. Orei para que ela escutasse, entregando a vida daquela mulher quase centenária Àquele que é eterno. 

Seguidor de Jesus ainda preso a tantas amarras invisíveis da religião, pedi que ela repetisse algumas palavras, e, este Cristo, que não tem amarras e é tão misericordioso, me fez ouvi-la novamente balbuciar: “Senhor Jesus, eu te recebo como Senhor e Salvador da minha vida. Vem morar em meu coração. Amém“.

Não sei explicar como me sinto agora. Mas sei que o Reino de Deus chegou àquele coração. 

No cafuné despretensioso e na boa-nova de que Jesus de verdade ama. Não porque foi minha a mão estendida (eu pecador a necessitar de misericórdia que sou) ou porque palavras minhas encontraram aquela mulher. Mas porque havia uma mão qualquer de alguém qualquer em inteireza de ser fazendo cafuné em alguém doente e cansado e porque palavras de vida eterna retiniram, num eco que ressoou desde a cruz do calvário até encontrar os ouvidos quase moucos daquela mulher. 

Jesus quis dizer o tempo todo, basta vê-lo, ouvi-lo e segui-lo, que o seu Reino era o reino dos fracos. Dos cansados, doentes, crianças, pobres, viúvas e desesperados. Por isso, tenho certeza de que Deus não demorou estender sua morada àquele coraçãozinho senil, depois daquele “quero”. Deus e seu Reino não foram vistos, mas estavam ali. É que o Reino de Deus não está na classe dos palcos, números e estardalhaços, mas estava na fraqueza daquela mulher. 

Foi uma das tardes mais singulares de minha vida. E já está decidido: voltarei àquela casa mais algumas vezes para novos momentos de cafuné e oração. 

Meu Deus, que privilégio!

"... Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos? "Ele responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo”. Mateus 25:44-45

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

12 ANOS E NOVE MESES

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Há exatos doze anos e nove meses, nos olhamos de um jeito diferente. Amizade colorida? Enrolação de um rapaz indeciso? O certo é que de uma amizade de três anos, como melhores amigos, surgiu esse nosso namoro que, mês a mês, fazemos questão de comemorar. No início, com cartões, cartinhas e cartonas. Hoje, de tantas formas inclusive através deste blog.

Mesmo daqui de longe (no cartão escrevi longe com “j”!), fiz questão de providenciar a comemoração, dando a você essa florzinha (pra falar a verdade a mulher da floricultura falou o nome mas eu esqueci) que achei bonitinha.

E sigo agradecendo a Deus pelo vínculo que nos une.

É um prazer apaixonante ser seu namorado.

Feliz 12 anos e 9 meses, minha namorada!!!

domingo, 22 de setembro de 2013

AQUI DA ESTAÇÃO

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Que músicas marcam, isso todo mundo sabe. Mas não sei se você já passou pela experiência de uma mesma música marcar de formas distintas em momentos distintos.

A música acima dispensa comentários. Ou melhor, merece muitos. É uma das músicas da minha vida. Pela letra e melodia, mas no vídeo acima, ainda mais pelos arranjos e pela interpretação única de Oswaldo Montenegro. Assistindo, você se sente ou não dentro do coração de quem está partindo?

Em certo período de minha jornada, tive que ir embora. Foi justamente a época em que conheci essa canção. Foi perfeita. Parecia ter sido escrito para mim. Presunçosamente, pensei: “eu queria ter escrito isso”.

Puxa vida. “Gritar pro mundo e saber que o mundo não presta atenção”, “eu conheço o medo de ir embora, o futuro agarra a sua mão”, “eu conheço o medo de ir embora e nada que interessa se pode guardar...”, “será que é o trem que passou ou passou quem fica na estação?”.

São frases que ecoavam em minha cabeça e ainda hoje penso, lembro-me daquela época e de como o poeta foi preciso na colocação destes versos.

Bem, o tempo passou e no dia de hoje revi esta música não com os olhos de quem foi, mas com os de quem ficou. Os de quem ficou na estação, e não os de quem foi no trem.

Aqui da estação, a canção hoje marca novamente, mas como se eu pudesse arrancar uma cicatriz e emprestar a outra pessoa, para uso temporário.

Para meu amor, que hoje está separada de mim por um oceano, ofereço este pingo de mim, essa canção, esta pequena marca que ela conhece tão bem, já que curou de minha feridinha até que virasse apenas uma pequena marca.

Hoje, eu que intercedo a Deus para que nela, que está "dalém-mar", a ferida da distância de tudo e de todos se transforme apenas em uma pequena cicatriz, que servirá para que no futuro ela jamais esqueça de que Ele está onde ninguém ou nada pode estar. E mais: Ele faz curativos como ninguém.

Cicatrizes são marcas na estrada da vida que contam histórias.

O nome da música é “Estrada Nova”. Sempre há uma estrada nova à frente, logo ali para ser percorrida, apesar de cicatrizes, assim eu creio e desejo. Mesmo que a dor nos impeça de enxergá-la, essa nova estrada existe. Quanto à dor, "embora não pareça ela vai passar”.

E é isso que enxergo hoje aqui dessa estação, embora o trem tenha passado. Que sim, a dor vai passar.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

SAUDADE É...

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É fogo que arde e se vê.

ESSES NÓS

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Já sabia que seria difícil, embora talvez não fosse essa a sensação de quem me visse às vésperas de seu “até logo”. Não sabia ao certo o que me ocorreria no coração, na mente, em meio a tanta tensão na programação deste “até mais”.

Somente após chegar do aeroporto, abrir a porta de casa, acender a luz, sentar no sofá, sozinho, e ouvir o barulho do silêncio, me veio a resposta exata de como seria. E de como está sendo. Resposta que veio não exatamente no peito nem na mente, mas na garganta.

Em forma de nó, que me tomou por dentro e permanece, horas mais folgado, hora mais apertado, mas um inapelável nó. Que me tem acompanhado e, já sei, me perseguirá até que eu possa te encontrar de novo para ver teu choro de alegria ao meu ombro cobrir teu pranto de medo ao telefone. 

Onde precisamente está você? Como está você exatamente agora? Está abrigada? Agasalhada? Ah, são tantas perguntas. Como é difícil não poder cuidar de você. E não poder te trazer para o meu peito, para esperar as tempestades passarem e o dia amanhecer de novo.

Minhas noites, não sei se são dormidas ou oradas, nessa cama em que seu lado permanece seu, pra que nem de longe eu me acostume com sua ausência. Acordo na madrugada, de vez em quando e não sei se sonhei com você ou se estava em meio-sono sussurrando ao Pai que te afague e resguarde, de tanto que faço isso durante as horas do meu dia. O fato é que desperto, me ajoelho como todas as manhãs e continuo minha doce e prazerosa missão: a de tentar proteger você, mesmo de tão longe.

E vem uma paz, que ultrapassa o nó da garganta, embora não o desfaça, me acalmando, pois Ele cuida de você. E de mim também. Não pediria aos céus para desatar esse nó. Quem sou eu para questionar espinhos na carne, nós na garganta e bradar contra Deus por minha humanidade? É provável que esse Deus que ama a sofre responderia, de pronto e docemente: “meu filho, com o nó da saudade só se engasga quem ama”
.
Tenho rabiscado algumas coisas num pedacinho de papel, impublicáveis, pois não gostaria de acrescentar a este texto a dramaticidade que ele não merece, nem lágrimas ao seu rostinho tão delicado. 

Ah, como quero que você não sofra. E como poderia eu estar bem se você não estiver? 

Cada vez que o nó aperta, me dou conta de outro nó: o que nos une. Este segundo nó, mais que um laço enfeitado, é um nó antigo, porém vigoroso; intenso, porém duradouro; singelo, porém resistente, dado em várias voltas amarradas umas por sobre as outras, para nos unir irremediavelmente. O Autor do nó só ata, jamais desata.

A dor do primeiro nó revela a dimensão do que é o segundo. Quanto mais percebo o nó da falta, mais entendo sobre o nó do meu amor por você.

E assim, de nó em nó, esse sentimento de ser metade se explica, a sensação de que falta algo aqui e aonde quer que eu vá encontra seu lugar e até mesmo cada detalhe dessa casa, que só faz sentido com você, conclui que vai mesmo esperar por você e que não há outro jeito nem outro sentido de verdade, até que você volte.

O certo é que escrevi isso não para mostrar, tal uma vítima, que estou de alguma forma sofrendo, até porque esse mundo é feito de dores e sofrimentos ainda mais lancinantes e indizíveis. E até porque em breve nos veremos de novo. Talvez tenha escrito, então, simplesmente para não perder a oportunidade de te contar, como sempre gosto, uma novidade do meu dia: que descobri mais de perto o que quer dizer mais uma palavra: “saudade”.

Em breve nos reencontraremos e do primeiro nó nem mais nos lembraremos. A não ser para cingirmos ainda mais o segundo, num abraço apertado e num beijo demorado de aeroporto. Pra sermos de novo nós.

Nós. 

Simplesmente nós.

Por Edilson de Holanda