terça-feira, 15 de junho de 2010

A CRUEL E ABSURDA GREVE DE ÔNIBUS EM FORTALEZA

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Eles se consideram “acima da média”, plenamente preparados e capacitados para prestar o serviço pelo qual recebem em dia seu salário. Acham-se brilhantes. Aliás, acreditam ser tão indispensáveis que estão fazendo um favor ao ir trabalhar. 

Eles são os motoristas de ônibus de Fortaleza.

Eles são os que esfolam a lei para criar uma cidade sem lei: a que se vive hoje.

Estão em greve. “A cidade está aos nossos pés”, sonham. Na posse de veículos de que não são donos, abusam do direito à paralisação. Ao seu bel prazer, andam à velocidade mínima, para irritar e prejudicar os passageiros e tumultuar o trânsito já esgarçado da cidade. [... .... ...]

Desviam as rotas, burlando a determinação do número mínimo de veículos em circulação, com o objetivo de que as filas nos pontos e abrigos cresçam e os cidadãos agonizem sob o sol e a pressão de chegar ao trabalho (que eles parecem não ter). E assim os ônibus “x” e “y” passam a quinze quarteirões de seu destino.

Escolhem, como lhes convém, determinadas horas para interromperem completamente, com absoluta crueldade, o serviço em locais de grande movimentação de pessoas.

Deixam os usuários sem transporte no meio das ruas, fazendo com que quem apanha um veículo para ir a casa, ao trabalho ou ao hospital seja abandonado em terminais apinhados, ruas desertas e avenidas perigosas, de uma hora para a outra, sem misericórdia, avisos ou concessões. 

E os usuários, mesmo após pagarem pelo serviço, são obrigados a andar bairros de distância (não ruas ou quarteirões, mas bairros) em busca de outro meio de locomoção.

No pulsar cotidiano da metrópole, muitos são verdadeiras ameaças. Não praticam a direção defensiva, aterrorizando o trânsito. Não tratam os veículos que guiam como bem público, e sim como coisa de ninguém, e por isso conduzem pelos buracos sem o cuidado que os tributos que escorrem pelos nossos bolsos merecem. 

Muitos, salvo exceções, são mal-educados, ignorantes, arrogantes e estúpidos. Estes inúmeros seriam considerados inaptos a tangerem animais selvagens. 

Muitos parecem não estar a transportar pessoas. Simplesmente não param o veículo quando não querem. Passam direto, deixando o usuário com cara de imbecil. Também não param se os passageiros não derem sinal com um quarteirão de antecedência, atentando contra crianças, idosos ou deficientes, que precisam de ajuda para identificar o comboio que se aproxima.

Mudam para a faixa do meio ou da esquerda para desviar das pessoas que estão nos pontos de espera. Algumas se arriscam a passar por entre os carros, na esperança de que o transporte público pare. Muitos não respeitam os idosos, as grávidas e as crianças. Inúmeros são incapazes de “conceder” uma informação de forma clara e cordial.   

Vários não prezam pela segurança dos passageiros. Arriscam a vida alheia ao darem partida sem que todos tenham adentrado o veículo e ao fecharem as portas sem que os passageiros tenham livrado suas pernas e braços. Por isso não são raros os acidentes provocados por culpa deles.

Que tal uma greve de salários, até que estes muitos compreendam estar transportando seres vivos?

Devaneio como deve ser a seleção para esse tipo de cargo: “motorista de ônibus urbano da cidade de Fortaleza”. O primeiro candidato adentra a sala e diz: “Boa tarde”. Os responsáveis pela seleção dizem: “Tá fora. Próximo”. 

O segundo puxa a cadeira educadamente e diz: “Com licença”. “Fora. Manda outro”. O terceiro abre a porta com um chute, enfia a mão na mesa, como se estivesse em um bar e diz: “Como é que é, mercadoria?”. “Contratado. Começa amanhã”. 

É claro que há motoristas que cumprem bem o seu ofício e zelam pelas vidas que estão sob sua responsabilidade. Estes não são dignos das críticas enm da descrição aqui feita. São trabalhadores, como quaisquer outros, que escolhem serem bons profissionais. 

O movimento grevista poderia, hoje, se objetiva pressionar os empresários, liberar as catracas, o que pesaria no bolso dos patrões. Mas parece que o que se quer ver é o caos, o sofrimento do povo.

Sorte, muita sorte têm, de não estarem em um país como a Argentina, em que boa parte da população, percebendo movimentos grevistas puramente gravosos para a sociedade, como este, tomaria certas providências (sobre as quais aqui não paro para discutir se certas ou erradas).

O salário atual dos grevistas é de R$ 1.104. Querem reajuste de reajuste de 45%, para receberem R$ 1.602 mensais. Ainda se debatem por um acréscimo da cesta básica para R$ 75 e um plano de assistência médica. Em um estado que possui a 24ª pior média salarial do Brasil. 

A categoria almeja um salário que se aproxima da base de remuneração percebida pelos médicos servidores da Prefeitura de Fortaleza!

Não se justifica um aumento dessa monta, por parte do Estado, a uma classe que não atende com boa qualidade aos usuários do serviço que prestam e não tem a capacitação e o investimento de anos a fio de dedicação exclusiva de preparo e estudo, como os profissionais da área da saúde.

Compre o seu carro. Pegue sua bicicleta. Faça cooper.  Mas não dependa dos motoristas de ônibus de Fortaleza para que ainda haja esperança de um serviço público bem prestado.

17 comentários:

Tati disse...

Realmente essa greve está tornando a vida de quem depende de ônibus mais terrível do que já é!!!
Ontem saí da faculdade 16:40 da tarde! Só cheguei em casa umas 19:30, depois de varias estratégias sem sucesso para conseguir pegar um ônibus, tive que pedir para a minha mãe ir me pegar.
Terrível, a gente sai de casa e num sabe se vai ter como voltar, muitas pessoas que ficaram nas paradas, sem saber como iriam chegar em casa.
Tive muita raiva!!!

Anônimo disse...

Não gostei da forma como a matéria coloca os médicos numa categoria que deveria ser melhor remunerada que qualquer outra...O salário de 1.600,00 é digno para os motoristas, como também para muitas outras profissões...como professora ganho mais que isso e não estou satisfeita com meu salário, o custo de vida efetivamente está muito alto! Além disso há que se fazer um constante investimento na formação profissional de todas as categorias e é justo questionarmos: como os donos de empresa tratam seus empregados? É claro que não justifica o tratamento dado por alguns motoristas à nossa população. E o tratamento que os médicos dão, é justo, é de qualidade?

Edilson de Holanda disse...

Olá!

Na verdade, concordo com você quando diz que os médicos não estão "numa categoria que deveria ser melhor remunerada que qualquer outra".

E, com a devida vênia, não foi isso o que disse. Disse que eles devem ser melhor remunerados que os motoristas de ônibus. Os demais profissionais de saúde e os professores, p ex, também devem ser melhor remunerados que a categoria dos motoristas. Pelo mesmo motivo que dediquei aos médicos.

Acredito que agora ficou mais claro...

Obrigado pelo comentário e volte sempre ao blog...

Cordialmente,

Helana disse...

Olá Edilson,

Essa é a primeira vez que comento, muito embora sempre esteja lendo seus posts, quando recebo o aviso pelo e-mail.

Concordo que realmente não é correta a conduta padrão do motorista de ônibus com o usuário do serviço. Você citou diversas situações verdadeiras em que os direitos dos passageiros são desrespeitados.

Entretanto, essas atitudes não são "gratuitas". No sentido de que não são resultado, muitas vezes, do tratamento que os motoristas recebem de seus empregadores. Quem conhece alguém que é cobrador/motorista sabe que a totalidade está submetida a jornadas diárias excruciantes, com tempo cronometrado para o lanche e até para fazer necessidades fisiológicas. Devem cumprir um horário para o trajeto, ainda que haja engarrafamento, por isso muitas vezes dirigem como se estivessem "levando gado". Alguns, para complementar a renda, trabalham "virado", o que coloca em risco a vida do passageiro.

Situação mais degradante é a dos motoristas de microônibus, que acumulam o trabalho do cobrador, você não acha? Quantas vezes peguei o Edson-Queiroz/Centro e o motorista tinha que ficar aproveitando o sinal para dar o troco dos passageiros, passar carteirinha e ainda tem que cumprir o horário da rota! Tenho pena das condições de trabalho desta classe.

Em relação à questão do salário e da greve em si, discordo. Acredito que R$1.600 não representam o mínimo que alguém deve receber como ressarcimento pelo seu trabalho (qualquer que ele seja), pois com esse valor já é difícil sustentar uma família com o mínimo necessário (saúde, educação, lazer...).

Acho incrível também que médicos e advogados em início de carreira recebam essa remuneração porque tem uma escolaridade mais elevada e, consequentemente, desenvolvem trabalho de maior complexidade. Mas não creio que o que eles estejam pedindo seja muito. Infelizmente, a greve é a única forma de eles conseguirem alguma coisa. Não digo que é certo, mas é a opção mais efetiva no momento.

Acho que o texto foi um pouco tendencioso, mas este é seu blog e você tem direito a ser parcial, certamente! :) Não acho isso um problema.

No mais, saudades da nossa convivência em sala de aula! :)

Unknown disse...

Edilson,

Eu também acho que a greve é desrespeitosa, ilegal, imoral e absurda. Poderiam ser tomadas outras atitudes pelos grevistas, sempre dentro da lei. Além disso, a greve não poderia prejudicar ou punir a classe trabalhadora que já é tão sofrida. O sentido da greve deveria ser o de pressionar os empresários, mas o que se vê, na realidade, é que o movimento grevista está querendo jogar a população contra seus patrões. O resultado que se vê disso (o feitiço acaba virando contra o feiticeiro), são as pessoas irritadas, cansadas e descontentes com os motoristas e cobradores,o que acaba enfraquecendo o próprio movimento paradista. Ou seja, a população que poderia ser vista como apoiadora da greve e passar a reconhecer as reivindicações dos grevistas (que diga-se de passagem são justas), acaba não apoiando, com toda razão, esse tipo de manisfestação. Acho que a questão de liberar as catracas é uma boa alternativa, porque mexe no bolso do empresário. Portanto, deve-se ter muito cuidado nestas questões de greve que afetam os serviços públicos essenciais (como é o caso do tranporte público): todas as atitudes devem ser muito bem pensadas para não prejudicar a população.

Abraços.

IGOR

Edilson de Holanda disse...

Colegas,

Obrigado pelos comentários, "concordes ou discordes" que elevam, com certeza, o nível da discussão!

Gostaria de comentar alguns pontos abordados pela Helana. Concordo que as condições de trabalho citadas não são as mais privilegiadas. Inclusive, acredito que o Ministério público já deveria ter se manifestado (se já não o fez) quanto à situação absurda dos motoristas que acumulam a função de cobrador. Trata-se de um risco para todos.

Em relação às demais condições, de pressão etc, também não são as melhores, mas não são nada diferentes das enfrentadas por outras classes de trabalhadores, que possuem responsabilidade igual ou maior que a dos motoristas. Cito os policiais. Inclusive na iniciativa privada a pressão é ainda maior. Imaginemos os seguranças, funcionários de empresas privadas.

Não entendo que os motoristas devam ser submetidos a jornadas intermináveis ou coisa assim, mas considero que eles poderiam prestar um serviço de qualidade bem mais elevada com as ferramentas que têm em mãos.

Nenhum profissional pode tratar mal seus clientes ou usuários de serviço com fundamento em baixos salários ou coisa do tipo. Senão, estaríamos a viver um caos social ainda maior.

“Esticando a baladeira”, os pedreiros estariam a jogar suas ferramentas na cabeça dos patrões, os garis estariam a jogar as pessoas dentro dos caminhões de lixo e os advogados (como eu) estariam a humilhar seus clientes na frente dos juízes, como forma de protesto.

Não que só os motoristas falhem, mas entendo, com todo o respeito e estima à toda e qualquer opinião diversa, que o movimento grevista atual não se justifica.

A maioria dos trabalhadores ganha mal e trata bem as pessoas. Com a aludida classe, deveria se dar da mesma forma.

Quanto ao salário, concordo que R$1.600 não representa um valor considerável, mas como estamos no Ceará, o valor que eles pedem não me parece razoável, principalmente em relação à qualidade do serviço que prestam.

Obrigado por comentar e sinta-se sempre encorajada a discordar. Aprecio muito o debate, que enriquece qualquer tema. Dou o maior valor!

Afinal, como disse o Falcão (humorista), “se você concordar com tudo que eu ainda não disse, me avise que é pra eu não perder tempo dizendo”.

Paz...

Julia disse...

Bem salário justo no Brasil, ninguém tem, no Ceará então nem se fala...
Ou se ganha demais para não se fazer nada (políticos, que se trabalham 20 horas mensais é muito), ou se ganha pouco por uma jornada de trabalho desumana.

Sim, muitos motoristas são mal educados, péssimos na direção, completamente brutos, mas o salário que recebem não é justo, possuem uma jornada de trabalho esgotante e exploradora. DEVEMOS AUMENTAR O SALÁRIO DELES!!!
Mas também não é justo o salário de médicos e enfermeiros da rede pública, que precisam dar plantões e mais plantões para suprir a necessidade da família, não falo dos que já possuem dinheiro e montam seu próprio consultório, estou falando daqueles que ficam lá no IJF,Hospital das Clinicas, São José , Frotinhas...sem aumento salarial e muitas vezes em péssimas condições de trabalho por falta de material, leitos, equipamentos, realmente o tratamento dos médicos da rede pública pode estar longe de ser de qualidade e justo, mas assim como os motoristas eles também não recebem salário justo pára 6 anos de faculdade, mais 3 de residência e até mais 2 de especialização e ainda também enfrentam grandes jornadas de trabalho para compensar o mínimo salário que recebem, sem contar na estrutura precária de alguns hospitais. PRECISAMOS AUMENTAR O SALÁRIO DELES!!!

E a nossa educação, professores da rede publica de ensino que passaram de 4 a 5 anos na faculdade, alguns mais 2 de especialização, enfrentam todos os dias uma sala de aula, em algumas escolas lotadas de alunos de todo o tipo, fora da faixa etária da turma, interessados, desinteressados, bagunceiros, educados, tem os perigosos, já vi professores serem ameaçados por alunos (só para deixar claro essas categorias de alunos TAMBÉM estão da rede particular) tem aqueles que tiram o professor do serio, que o faz gritar, ou ter que falar mais alto que suas cordas vocais permitem aí o que eles ganham é um salário de cerca de 1200 reais por 100 h/aula(um horário – manhã ou tarde) e um calo nas cordas vocais, conheci professores que tiveram que operar as cordas vocais e se aposentar mais cedo por não possuir mais o seu principal instrumento de trabalho, além de que algumas escolas do município também não oferecem uma estrutura mínima para que estes profissionais exerçam sua função com plenitude. (teto caindo, salas sem ventilação, até inexistência de sala!) PRECISAMOS AUMENTAR O SALÁRIO DELES!!!

Se eu for falar da precariedade de cada profissão, ou do quanto cada um precisa teria que fazer um texto para esse blog.

A verdade é que só sentimos mesmo quando dói no nosso bolso, ou quando o problema é com a gente ou alguém próximo, quem não ficou indignado com a greve dos médicos e enfermeiros, ou com a dos professores que atrasaram os ensinos dos alunos da rede pública e das UFC e UECE e nem sei se já foi regularizado. E agora dos motoristas que deixam os trabalhadores (que também estão incluídos esses profissionais – médicos, enfermeiros, professores...) perderem o seu dia de trabalho, ou se conseguem chegar ao primeiro destino, ficam sem saber se voltam...

Acho que é preciso aumentar os salários de todos, mas infelizmente é impossível fazê-lo justo. Eles querem 45% de aumento... Certo, AUMENTEM O SALÁRIO DELES EM 45%, depois quando aumentarem o preço das passagens, como os empresários querem para dar esse aumento, aí vou ver se todo mundo vai ficar satisfeito. Duras jornadas todo mundo que realmente trabalha tem, cada um com sua realidade, cada um com sua dificuldade.

Ana disse...

O texto pode até ter sido tendencioso, mas fico me colocando no lugar de uma cena que vi em um coletivo: Uma mulher com uma criança, que deu sinal ao ônibus, primeiro ela subiu a criança, mas quando foi subir o motorista saiu, ela ainda estava subindo, resultado, a mulher caiu e a criança ficou dentro do ônibus chorando pela mãe. O que mais me revoltou foi o motorista rindo ao parar um quarteirão depois pra pedir para o cobrador colocar a criança para fora do ônibus, neste dia eu desci do ônibus e me recusei a seguir com um “animal” desse. Cara helana será que justifica a jornada de trabalho, o salário baixo? Acho que não

Kylvia disse...

Olá Edilson,

Li seu texto em casa (porque não consegui subir num ônibus par ir trabalhar) e sugeri à Silvia, por e-mail, que o imprimisse para colocar no nosso mural. Fiquei indignada com a postura da polícia no terminal da Parangaba batendo na população!!! O problema é que não estamos conseguindo ler o texto porcausa da paisagem que há por trás dele. Aqui vemos a madeira e o texto numa cor cinza clarinho de forma que está difícil ler. Tentamos selecionar, mas foi uma tentativa frustada. Você poderia enviá-lo por e-mail? Obrigada amigo, sábias palavras e explicações aos comentários em relação à classe médica.

Abraços de toda a turma do DAE!!!

Kylvia.

Márcio Castro disse...

Gostei da matéria, achei ela muito bem colocada. Porém, quanto ao valor que eles querem ganhar, é comum fazerem comparações entre qual classe ganha mais ou menos. Essa diferença existe e sempre vai existir. A principal questão é o transtorno sofrido pela população, a indefinição, o impasse. Quem depende do tranporte público e não possui alternativas se sente impotente, acumulando a cada dia a revolta com o descaso da situação. A exemplo do que ocorreu no Terminal da Parangaba, a população se sente revoltada e não sabe a quem reclamar, não sabe de quem é a culpa. Querem extravasar a sua raiva e revolta, se continuar assim, situações de confronto ocorerão novamente. É triste que isso aconteça em uma cidade que sediará uma copa daqui a quatro anos. Se o poder público não está preparado para resolver um problema doméstico, estará preparada para receber um evento de tal natureza? No final, os trabalhadores, as pessoas mais humildes é quem sofre, quem sempre paga o pato.

Kylvia disse...

Olá, consegui o texto aqui mesmo nos comentários quando cliquei em "Mostrar postagem original".

Valeu!!!

Kylvia.

Anônimo disse...

Pra que um aumento desse para uma classe de Asnos que não tratam bem os usuários. 5,5% já tá de bom tamanho. Claro que não são todos, conheços bons motoristas, mas a maioria não passa de um bando de trogloditas que queimam paradas, param longe para você subir, não respeitam os idosos, param fora das paradas nos terminais. Quem nunca presenciou tais fatos no dia a dia?
Essa greve está sendo estapafúrdia diante da incapacidade das autoridades em por fim a essa pouca vergonha.

Anônimo disse...

SERIA MUITO MAIS NIBRE E INTELIGENTE SE OS MOTORISTAS RODASSEM NORNAL EM SEU EFETIVO E SUGERISSEM A TODOS OS PASSAGEIROS QUE PULASSEM A CATRACA, ASSIM SO QUEM SOFRERIA CM A REVINDICAÇÃO SERIA OS EMPRESARIOS

Cláudio Porto disse...

Concordo com o texto e com alguns comentários feitos (ainda que discordantes, pois, além de esclarecidos pelo Edilson, não de todo contrários ao ponto de vista exlicitado). Efetivamente, sob nenhum argumento (baixos salários, pressão,...)se justifica a postura dos grevistas do transporte público. Um verdadeiro caos!
Ah! como diria o nosso amigo L..... comunista (não que eu concorde), é o sistema que continua a se reunir!

Landir de Castro disse...

Vamos entrar no caso, o sistema de transporte urbano no BRASIL está beirando o CAOS, não é só "privilégio" de Fortaleza, poucos ônibus, cada vez lotados, o preço da passagem alto, atraso, alguém tem que gritar, não se é mais possível suportar essa situação, chega uma hora que não dá mais, se você para para pensar, um ônibus lotado, vejamos Monte Castelo-Centro, SUPER-LOTADO, quem sai ganhando com isso?
O motorista?
O cobrador?
O passageiro?

NÂO, a resposta é o empresário!

Talvês nunca você ou os leitores do seu blog terão a experiência de dirigir por uma cidade como Fortaleza, quente, por muitas horas consecutivas, um transito caótico, recebendo toda a pressão por cumprir um horário, conseiga ter um bom humor, ou receber com flores seus passageiros.

Na verdade, os TRABALHADORES, ganham mal, num país rico, com uma política suja, corrupta, onde o aumento dos políticos, é de 90%, ganham 14º salário, trabalham pouco ou quase nada, os grandes empresários ficam com o lucro, esbanjam riqueza, as custas do suor do povo,uma elite e fazem as LEIS, LEIS anti-povo, e que beneficiam aos seus, somente aos seus.

Para o povo resta dizer amém, a religião, o carnaval, a cachaça, e a copa do mundo, a promessa e a esperança de um mundo melhor "na outra vida".

A greve de ônibus em Fortaleza, é justa? Vai resolver o problema do transporte "público"?

A primeria resposta é SIM, muito justa, e a segunda é não, não vai resolver.

Mas é na greve que os trabalhadores se reunem, discutem a situação, tiram uma decisão coletiva, é um momento de crescimento POLÍTICO, e a população ver qual o mundo "maravilhoso", "o melhor dos mundos", toda hora propagandeado pela mídia busrguesa, estão vivendo, um mundo de ilusão, que a direçaõ que aponta é a barbárie.

Mas será que não temos solução?

A resposta é sim. Todos nossos problemas sociais está relacionado
a alguns problemas, um deles é o sistema capitalista, solução, destrui-lo, mesmo por que ele não é eterno, e foi "CRIADO UM DIA DESSES" E COSNTRUIR-MOS UM SISTEMA MAIS JUSTO, O SOCIALISMO, onde nossos impostos seriam para que REALMENTE TIVESSEMOS UM SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO DE QUALIDADE, e não esse desrespeito geral, só não é geral por causa dos lucros dos empresários.

Estamos no mesmo barco, não poderíamos "ficar a parte" desse processo, como disse o José Cláudio, estamos num sistema, que TODOS estão ligados, de uma forma ou de outra, uma hora ou outra seremos atingidos, estamos indo direto ao caos, que as greves se tornem cada vez mais frequentes, e o povo entende de quem realmente é a culpa, e jogar todo seu ódio, toda sua revolta no veradeiros responsáveis, a culpa não é do povo, e a saída para esses problemas é a união e luta.

O povo com já dizia alguém muito bem entendido o povo, só tem a perder suas cadeias, seus grilhões, tem um mundo a ganhar.

VIVA A GREVE DOS MOTORISTAS DE ÔNIBUS DE FORTALEZA!

Saudações Democráticas!
Landir de Castro

Landir disse...

1 PARTE

Nossa, dois dias se acesso ao seu blog, quantos comentários, quantos problemas, quanta coisa.

Bem, na verdade, esperava há muito uma postagem sobre a vida social, sobre a política, bem que não nesses argumentos, defendendo esse ponto de vista, mas tudo bem, vou tentar dar meu ponto de vista.

Acho que pela realidade que estamos vivendo, pela crise social, pelo desrespeito as classes trabalhadoras, pela crise na política, na educação, na saúde, na segurança, como bem disse o José, no SISTEMA, não é apropriado, fazermos de nossos argumentos, nossas poesias,uma fantasia, uma linda história de contos de fada e um reverência as nuvens, as estrelas, as florsinhas, as ondas do mar.

Estamos no mundo do SISTEMA CAPITALISTA, do LUCRO de uns e da MISÉRIA de muitos, do INDIVIDUALISMO, e tudo isso nos levará ao caos, a BARBÀRIE.

No nosso país e no mundo, quem movimenta as fábricas, quem ergue os prédios, quem planta o feijão que comemos, quem dirige os ônibos, quem realmente trabalha é o povo.

O mesmo povo que recebe os piores salários, que é explorado, de quem é retirado até sua última gota de sangue, em razão do LUCRO dos grandes empresários, é esse mesmo povo que não se devde dar educação, que não se deve entender a política, que "não deve ter cultura" de quem colocamos a culpa por "não saber escolher seus represantantes", são os trabalhadores que fazem tudo, são os homens e mulheres do povo que fazem a roda girar, são os trabalhadores que fazema hitória.

Vocês devem ter ouvido falar de grandes greves, no Chile,na França, na Grécia, GREVES GERAIS, pelas consequencias da crise, as elites, os países imperialistas, vão fazer cortes na educação, na saúde, principalmente nos países dominados pelos imeperialismo, Os FMIs, e Bancos Mundiais, vão emprestar dinheiro e exigir que o estado diminua seu papel principalmente nas questões sociais, para que se possa privatizar, um exemplo a saúde, vejam o documentário Sicho de Michael Moore, de como se dá a saída do estado da saúde e entrada dos grandes grupos privados.

Em plena euforia pela realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, e em meio a mais uma bilionária campanha eleitoral, o governo do oportunista-mor Luis Inácio anunciou mais um fato que desmascara bem a que serve exatamente o gerenciamento do velho Estado pela “esquerda oportunista”: o corte de mais 1,2 bilhão no orçamento do Ministério da Educação para 2010, tornado público em 31 de maio último. Pr que? Para que? Para investir no IJF?, ou na UFC? Esse dinehiro vai para onde? Aumento de salário?

Que será que acontecerá quando as pessoas tomarem consciência que suas vidas podem melhorar quando se organizarem, quando entenderem criticamente a política, que é injusto eles se matarem de trabalhar e receberem salário de fome, enquanto dois ou três, QUE NÃO DIRIGEM OS ÔNIBUS ficam com o LUCRO? lnicialmente podem RECLAMAR para terem melhores SALÁRIOS, que se fizerem uma greve, de alguma forma vão mexer no que o PATRÃO mais tem de valioso o LUCRO, e que apartir daí é possível uma pequena melhoria, mas e a população? Vai sofrer? Se paga tanto, e paga diretinhos seus impostos, num tem direito a um transporte de qualidade?

Unknown disse...

Bem polêmico o texto, onde concordo em genêro, número e grau...
Excelente posicionamento do Igor, e alguns outros questionamentos aqui feitos, soam com um ar de "tampar o sol com a peneira" nao podemos justificar o descaso que esta acontecendo...
nenhuma empresa privada em um mundo capitalista consegue da noite para o dia dar um aumento de 45% para todos os funcionários, isso é fato.
Trabalho com metas, indicadore, prazos, estresse, muito estresse, mais estresse, e nem por isso chamo um motorista de alejado, como um deles ja me chamou, so pq me recusei a descer fora parada, assim como eles se recusam a parar para que eu suba fora da parada, ou seja, se nao posso subir, também nao deveria poder descer...

um exemplo bem simples de que a classe de motorista de onibus pode , deve e sabe respeitar a população está em Joao Pessoa, quem já foi lá, e precisou dos onibus pode ver que aprendizado aquela cidade nos dá... deveriam enviar nossos motoristas para lá para terem aula de respeito, boa educação e boas maneiras...

a grande questão é que vivemos em uma cultura (a cearense - com todo respeito, meu sangue é cearense e posso falar) de pessoas mal educadas, o cearense é mal educado por natureza (falo de modo geral) como exigir que nossos mororistas sejam? se os vendedores e vendoras nao o sao, se as atendentes nao são, se os hospitais nao sao. etc etc etc
repito: generalizando, ok?

Concordo com tudo que foi dito, e acredito que tenha sido dito de forma muito generoza.

Por Edilson de Holanda