Quem ama sofre. E faz sofrer, mesmo que de tanto amor.
Dentre outras constatações, penso sobre a extrema capacidade que temos de ferir justamente a quem amamos. Por quê?
Como amar sem sentir dor? A dor da distância, a dor da ausência, a dor da espera, a dor do espaço que separa duas conciliações, a dor do cuidado, a dor do desejo sempre não atendido de fazer absolutamente pleno a quem se ama...
A Bíblia confirma: “o amor é sofredor” (1 Cor 13:4), “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Cor 13:7). Não por acaso, não há quem ame e se considere perfeito enquanto ama, pois o amor sabe do que não é capaz e se alimenta do próprio amor para continuar amando. E sofrendo a mais deliciosa das dores.
A dor é o selo do amor.
Quem ama doa. Aliás, o amor não é amor, até que você o dá. Tal a mãe que sente a maior das dores numa mesa de parto e, no mesmo exato momento, experimenta o amor em sua plenitude ao dar a luz. Para além de um parto, não há possibilidade de maior doação, dedicação e entrega física e emocional de um ser humano por outro. E ali está a dor, acompanhando e selando a dor.
Deus amou. De uma forma tal que deu seu filho. O entregou como ovelha a lobos. Não imagino como isso possa doer em um pai.
2 comentários:
A gente sabe mais ferir quem ama do que explicar porque fere...
Te amo!!!
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