sexta-feira, 11 de junho de 2010

AM(D)OR

Partilhar

Quem criou o amor, logo em seguida tratou de criar a dor. Nada rima melhor com “amor” do que “dor”. 

Quem ama sofre. E faz sofrer, mesmo que de tanto amor.

Dentre outras constatações, penso sobre a extrema capacidade que temos de ferir justamente a quem amamos. Por quê?

Como amar sem sentir dor? A dor da distância, a dor da ausência, a dor da espera, a dor do espaço que separa duas conciliações, a dor do cuidado, a dor do desejo sempre não atendido de fazer absolutamente pleno a quem se ama...

A Bíblia confirma: “o amor é sofredor” (1 Cor 13:4), “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Cor 13:7). Não por acaso, não há quem ame e se considere perfeito enquanto ama, pois o amor sabe do que não é capaz e se alimenta do próprio amor para continuar amando. E sofrendo a mais deliciosa das dores.

A dor é o selo do amor.

Quem ama doa. Aliás, o amor não é amor, até que você o dá. Tal a mãe que sente a maior das dores numa mesa de parto e, no mesmo exato momento, experimenta o amor em sua plenitude ao dar a luz. Para além de um parto, não há possibilidade de maior doação, dedicação e entrega física e emocional de um ser humano por outro. E ali está a dor, acompanhando e selando a dor.

Deus amou. De uma forma tal que deu seu filho. O entregou como ovelha a lobos. Não imagino como isso possa doer em um pai.

O próprio criador do amor experimentou da rima divina de sua criação. Amor e dor. Porque conosco seria diferente?

2 comentários:

Denise M. disse...

A gente sabe mais ferir quem ama do que explicar porque fere...

Tati disse...

Te amo!!!

Por Edilson de Holanda