terça-feira, 27 de julho de 2010

FINADO RAMBO DISPARA CONTRA QUEM O RESCUSSITOU

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Sylvester Stallone gravou no Brasil o filme “Os Mercenários”. Em entrevista a Harry Knowles, durante a San Diego Comic-Con 2010, fez piada com a insegurança no país, dizendo que foi preciso um grupo de 75 seguranças para proteger as 65 pessoas de sua equipe.  

Ainda debochou do símbolo do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro): "os policiais de lá usam camisetas com uma caveira, duas armas e uma adaga cravada no centro. Já mostra o quão problemático é aquele lugar" 

Mas o “melhor” não foi isso. Porque o “guerrilheiro” ainda disparou: "Gravar no Brasil foi bom, pois pudemos matar pessoas, explodir tudo e eles (os brasileiros) dizem ‘obrigado’”. 

Desdenhando do jeito de falar no Brasil e arrastando um sotaque caipira, “imitou” os brasileiros: "Obrigado, obrigado e leve um macaco!".  

Para terminar, destacou: "podermos ter explodido vários prédios, todos ficaram felizes e ainda trouxeram cachorros-quentes para aproveitar o fogo".

Algumas observações:  

Primeira: o valentão, apesar de todos os músculos, só teve coragem de “aflorar” seu humor depois que deixou o Brasil. Não fez nenhuma dessas piadas enquanto esteve aqui. 

Segunda: estranho tão “talentoso” ator, estrela de papéis tão “diversificados” no cinema hollywoodiano, escolher um lugar tão aquém de seu nível para filmar. Sinal de que está em fim de carreira, mas continua com a empáfia de quem “se acha”.

Terceira: ignóbil a tentativa de estereotipar o país com o jeito de falar “caipira” e fazendo alusão a macacos. Afinal, os caipiras estamos muito bem aqui e os macacos igualmente, na Amazônia. Enquanto que o “Finado Rambo” (porque só assim ele é conhecido) veio escapar e tentar ganhar alguns tostões justamente entre macacos e caipiras. 

Quarta: qual o nome do filme mesmo? “Os Mercenários”. E quem é o ator principal? Ah tá. 

Quinta: se ainda temos algum sentimento de nacionalidade, é inaceitável a forma como o Finado Rambo se referiu aos brasileiros. Destacou-nos como um povo afeito e passivo ante à violência, denotando que essa anomalia faz parte de nossa cultura. É óbvio que temos problemas graves, mas, enquanto filhos do Brasil, devemos “lavar a roupa suja dentro de casa”. Afinal, só quem pode dar palmada na criança são os pais (enquanto a lei nova não entra em vigor).  

Sexta: lamentável a forma subserviente como muitos de nós nos portamos ante ao lixo que vem de fora. Toleramos insultos diversos e achamos graça do que nos afronta enquanto povo. Foi o que transpareceu o Finado Rambo, ao dizer que agradecemos pelas explosões e até levamos cachorro quente para aproveitar o fogo produzido.  Por isso não senti cócegas com o episódio de “Os Simpsons” que mostra o Rio de Janeiro com macacos e ratos nas ruas e com uma população sexualmente agressiva. 

Não defendo um nacionalismo a qualquer custo, nem mesmo que devamos fechar os olhos para nossas graves falhas sociais.  

Mas, peraí. A letra do hino nacional só faz sentido para nós em jogos de copa? Já passou da hora de pararmos de nos subvalorizarmos. De deixarmos de levar cachorro quente pro churrasco dos outros, enquanto nossa moral assa frente ao resto do mundo. 

Boicote a "Os Mercenários" já! A todos eles!

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Por Edilson de Holanda